Sofia Miguel Rosa
Jornalista infográfica
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*Valores em dólares, em paridade de poder de compra para o consumo privado. Em 21 Estados-membros da União Europeia, parceiros da OCDE. Dados mais recentes disponíveis: 2020, excepto: Letónia e Lituânia (2018)
Entre 21 Estados-membros da União Europeia parceiros da OCDE, Portugal está no grupo dos dez que mais mal paga aos médicos especialistas desde 2006
Os dados para Portugal referem-se ao rendimento médio bruto anual cálculado com base no salário mensal dos médicos especialistas do SNS nas várias categorias profissionais
Do cálculo estão excluídos o pagamento de bónus, de complementos de trabalho aos fins de semana, trabalho noturno ou horas extraordinárias
O salário dos médicos especialistas em Portugal foi ultrapassado pelo salário pago aos mesmos profissionais na Chéquia, na Estónia e na Hungria
No último ano comparativo, Portugal está na 6ª posição mais baixa, só acima da Grécia, da Eslováquia, da Polónia, da Lituânia e da Letónia
Entre 21 Estados-membros da União Europeia parceiros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal está no grupo dos dez que mais mal paga aos médicos das especialidades hospitalares desde 2006, data do início dos dados comparativos entre este grupo de países.
No mesmo período e tendo em conta o custo de vida nos diferentes Estados-membros, o salário dos médicos dos hospitais públicos portugueses foi ultrapassado pelo salário pago aos mesmos profissionais na Chéquia, na Estónia e na Hungria. E, no último ano comparativo, Portugal está na 6ª posição mais baixa, só acima da Grécia, da Eslováquia, da Polónia, da Lituânia e da Letónia.
Em valores absolutos, para 2020, os médicos especialistas em Portugal receberam em média €42.221. Entre os parceiros da moeda única, os mesmos profissionais em Espanha (€79,5 mil), em Itália (€81,5 mil) e em França (€83,9 mil) receberam o dobro dos colegas portugueses; na Finlândia (€116,2 mil), na Bélgica (€116,7 mil) e na Alemanha (€146,2 mil) receberam aproximadamente três vezes o salário pago em Portugal; nos Países Baixos (€160,9 mil) e na Irlanda (€172,9 mil) o valor recebido foi quatro vezes o português.
A maior diferença entre os parceiros da Zona Euro está no salário dos médicos especialistas luxemburgueses que recebem em média €258,6 mil por ano. O indicador mais recente do Luxemburgo é de 2015, ainda assim, em termos absolutos, é seis vezes o valor pago em Portugal. Se considerarmos a diferença do custo de vida entre os dois países, baixa para quatro vezes o salário dos profissionais em Portugal.
Um outro indicador da OCDE mostra a relação entre o vencimento dos médicos especialistas e o salário médio praticado em cada país. Neste caso, o salário dos médicos especialistas hospitalares do SNS é 2,3 vezes o salário médio nacional enquanto que no Luxemburgo é 4,2 vezes o salário médio praticado no país. No gráfico em baixo é possível notar a aproximação entre a linha tracejada que marca a evolução em anos recentes do salário médio nacional e o vencimento dos médicos portugueses.
*Rendimento médio bruto. Não inclui pagamento de bónus, fins de semana, trabalho noturno ou horas extraordinárias. OCDE
Entre 2011 e 2017 são notórios no gráfico os cortes salariais sentidos progressivamente entre 3,5% e 10% para vencimentos superiores a €1500. Entre 2012 e 2016 houve ainda cortes nos subsídios de férias e de Natal dos médidos do SNS — Serviço Nacional da Saúde. A redução de 2018 é explicada, no relatório da OCDE, pela saída para a reforma de uma parte significativa dos profissionais no topo da carreira e pela respetiva entrada de médicos em início de carreira e com vencimentos mais baixos.
Os dados referem-se ao rendimento médio bruto anual cálculado com base no salário mensal dos médicos do SNS nas várias categorias profissionais. Inclui os subsídios de férias e de Natal para médicos com contratos a tempo inteiro. Do cálculo estão excluídos o pagamento de bónus, de complementos de trabalho aos fins de semana, trabalho noturno ou horas extraordinárias. Não inclui os rendimentos auferidos por médicos prestadores de serviços ou rendimentos complementares obtidos pela prática individual.
*Dados mais recentes disponíveis: 2020, excepto: França (2019), Letónia (2018), Lituânia (2018) e Luxemburgo (2015). Sem dados para a Áustria e para os Estados-membros da UE não parceiros da OCDE (Bulgária, Chipre, Croácia, Malta e Roménia). Os valores em euros para os Estados-membros fora da Zona Euro (Chéquia, Dinamarca, Hungria, Polónia e Suécia) são meramente indicativos OCDE
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