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População mundial. A China ainda será líder? E vai continuar a crescer?

Sofia Miguel Rosa

Jornalista infográfica

Sofia Miguel Rosa

Jornalista infográfica

ÁSIA E MÉDIO ORIENTE
América do Norte
Europa
América do Sul
África
Países mais populosos do mundo
De 1950 a 2023

*1 de julho de 2023. Os valores anuais referem-se às estimativas da população a 1 de janeiro. Foram usados os cenários centrais de crescimento da população das projeções demográficas das Nações Unidas (variante 2) de 2022 "World Population Prospects 2022" — ONU

China e Índia são historicamente os dois maiores gigantes populacionais e a diferença para os outros países tem-se acentuado nas últimas décadas

Entre os maiores no mundo, seguem-se os Estados Unidos e a Indonésia

O Brasil é o único país de língua oficial portuguesa no grupo, e a Nigéria é o maior entre os africanos

O abrandamento do crescimento da população na China iniciou-se há seis décadas com as políticas de controlo da natalidade

E atualmente já há uma redução no valor estatístico (menos 38 mil). A China ainda é o país com mais habitantes do mundo, mas será, já em 2023, ultrapassada pela Índia

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A China e a Índia têm atualmente 1,4 mil milhões de habitantes cada, mas quando é que os dois gigantes asiáticos perdem força? E há mesmo um 'boom' da população mundial, em crescimento exponencial, que precisa de ser travado?

No ranking dos grandes os Estados Unidos aparecem na 3ª posição, com 339 milhões, seguem-se a Indonésia, com 276 milhões, e o Paquistão, com 238 milhões. A Nigéria é o 6º mais populoso, e o maior entre os africanos, com 221 milhões de habitantes.

O Brasil é o único país de língua oficial portuguesa no grupo e Portugal está longe de ter qualquer relevância no peso global da população. Os 10,3 milhões de residentes representam apenas 0,13% do total mundial e colocam Portugal na 92ª posição mundial em 2023. As projeções demográficas são das Nações Unidas (ONU) e foram usados os cenários centrais de crescimento da população das estimativas atualizadas em 2022.

A China (ainda) é o país com mais habitantes do mundo, mas em 2022 começou a perder população e será, já no próximo ano, ultrapassada pela Índia.

A população chinesa a 1 de julho de 2022 (1.425.887.337) já era menor do que a do início de janeiro (1.425.925.386), o país perdeu apenas 38 mil residentes nos primeiros seis meses do ano, mas a tendência de diminuição da população já é uma realidade e manter-se-á nas próximas décadas.

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Evolução da população na China e na Índia e projeções até 2101*

*Os valores anuais referem-se às estimativas da população a 1 de janeiro. Foram usados os cenários centrais de crescimento da população das projeções demográficas das Nações Unidas (variante 2) de 2022 "World Population Prospects 2022" — ONU


A Índia só vai inverter o aumento da população em 2064, embora já tenha abrandado a taxa de crescimento desde 1962. Na China o abrandamento verificou-se um ano depois, a partir de 1963, ou seja, há seis décadas que a China cresce menos, em termos relativos, do que no ano anterior.

Em 1963 a população chinesa crescia a uma taxa de 3% e seriam necessários apenas 21 anos para a China duplicar a sua população. As campanhas de planeamento familiar começaram e, no início dos anos 80, foi adotada a política do filho único que vigorou até 2016. Com a evolução tecnológica e a possibilidade da realização dos exames pré-natais, o número de abortos seletivos do sexo feminino disparou e começaram a nascer mais rapazes do que meninas.

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Rácio entre homens e mulheres à nascença na China e na Índia
Entre 1050 e 2101*

*Os valores anuais referem-se às estimativas da população a 1 de janeiro. Foram usados os cenários centrais de crescimento da população das projeções demográficas das Nações Unidas (variante 2) de 2022 "World Population Prospects 2022" — ONU


A preferência por filhos homens fez disparar o rácio entre bebés do sexo masculino e do sexo feminino nos dois países e, em 2005, nasciam perto de 118 bebés rapazes por 100 meninas chinesas. Essas 'poucas' meninas têm agora 17 anos e serão as mulheres em idade fértil dos próximos anos.

A tendência nos dois países é de normalização deste indicador, ainda assim nascem atualmente 111 rapazes chineses por 100 meninas — o rácio natural é 105 homens por 100 mulheres nascidas. Na Índia a desequilíbrio não é tão acentuado e nascem 108 meninos por 100 meninas.

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Peso da China e da Índia no total da população mundial (8 mil milhões)
Em 2023*

*Os valores anuais referem-se às estimativas da população a 1 de janeiro. Foram usados os cenários centrais de crescimento da população das projeções demográficas das Nações Unidas (variante 2) de 2022 "World Population Prospects 2022" — ONU


Os dois países vão perder força na populaçao mundial. Nas projeções mais distantes das Nações Unidas, feitas para 2101, o peso dos dois países no total mundial cai de 36%, em 2023, para 22% em 2101. Só a China perde dez pontos percentuais entre os indicadores atuais e os do início do século XXII.

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Peso da China e da Índia no total da população mundial (10,3 mil milhões)
Em 2101*

*Os valores anuais referem-se às estimativas da população a 1 de janeiro. Foram usados os cenários centrais de crescimento da população das projeções demográficas das Nações Unidas (variante 2) de 2022 "World Population Prospects 2022" — ONU


A ganhar destaque mundial estará a Nigéria, o Paquistão e a República Democrática do Congo. Os Estados Unidos caem de 3º para 6º país mais populoso entre 2023 e 2101.

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EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL E PROJEÇÕES ATÉ 2101*

*Os valores anuais referem-se às estimativas da população a 1 de janeiro. Foram usados os cenários centrais de crescimento da população das projeções demográficas das Nações Unidas (variante 2) de 2022 "World Population Prospects 2022" — ONU


A população mundial está agora a passar o marco histórico dos 8 mil milhões e, segundo os números avançados pela ONU, não chegará a passar os 11 mil milhões. O crescimento da população já está a desacelerar e daqui a 64 anos, em 2086, vai mesmo começar a diminuir. No gráfico em cima já é visível uma ligeira inversão na linha no início do século XXII.