Como Portugal ganhou
a Guerra às Drogas

Como Portugal ganhou
a Guerra às Drogas

Reportagem de Gonçalo Fonseca

N o bairro da Picheleira, em Lisboa, os vestígios do consumo de droga saltam à vista, mas para lá da paisagem há uma história por contar. A história da descriminalização do consumo de drogas e de vinte anos a prevenir e a reabilitar toxicodependentes. O fotojornalista Gonçalo Fonseca acompanhou desde 2017 o trabalho de combate ao consumo de drogas nos bairros de Lisboa. Desde as equipas de rua, às carrinhas da metadona e às salas de consumo assistido, o repórter passou muito tempo com toxicodependentes para tentar perceber melhor o problema da dependência e o que é feito para efetivamente travar, prevenir e reabilitar essas pessoas.


A zona de Olaias em Lisboa,  vista desde a carrinha da Equipa de Rua da Crescer. Há 20 anos que as duas equipas multidisciplinares desta organização percorrem as mesmas rotas que os levam aos bairros mais problemáticos de Lisboa.


Martinho Dias, monitor da Equipa de Rua da Crescer com 42 anos, na Picheleira, Olaias, Lisboa.


Um homem prepara uma injeção de Dormicum, um ansiolítico, na Avenida de Ceuta em Lisboa.  


A Equipa de Rua Oriental da Crescer fala com um utente na zona das Olaias, em Lisboa.


Um homem caminha na Quinta do Cabrinha, um dos bairros construídos após a demolição do Casal Ventoso.


Um utente fala com Joana, enfermeira dos Médicos do Mundo, no PCV, a sala de consumo assistido móvel de Lisboa. Este programa pioneiro começou a sua atividade em 2019.

Um homem prepara uma injeção de cocaína perto do antigo Casal Ventoso em Lisboa.


Um monitor e uma psicóloga da Equipa de Rua da Crescer conversam com um utente perto do Bairro da Cruz Vermelha em Lisboa.


Dois homens, que pediram anonimato, fumam crack numa casa ocupada perto do antigo Casal Ventoso. Nos anos 90, estimava-se que 1% da população portuguesa consumisse heroína. Atualmente os números são muito mais baixos.


Um carro patrulha da PSP vigia a zona perto do Bairro do Loureiro, em Lisboa.


João fuma um cigarro na Picheleira, em Lisboa.  Em abril, durante a primeira onda da Covid-19, João foi um dos vários reclusos libertados. Sem qualquer tipo de apoio, institucional ou familiar, rapidamente voltou às rotinas antigas. Atualmente vive com uma companheira, após vários meses no Pavilhão do Casal Vistoso em Lisboa


Fardos de droga são acondicionados a caminho da sua incineração na zona de Lisboa.


Neste dia, cerca de 8 toneladas de cocaína e canábis foram destruídas.


No meio do lixo recolhido em Lisboa, existem pistas para a história de vinte anos a prevenir e a reabilitar toxicodependentes


“Tenho tentado sair desta vida, mas não é fácil ``, confessa Pedro, um homem de 30 anos que é utente do Programa de Metadona da Ares do Pinhal. “A metadona ajuda, mas a força tem de vir de mim.”


Toxicodependente, de 42 anos, segue na carrinha da Equipa de Rua da Crescer a caminho da Comunidade Terapêutica da Ares do Pinhal em Mação, Abrantes.


Um paciente dorme uma sesta na Comunidade Terapêutica da Ares do Pinhal em Mação, Abrantes.


Limpeza da piscina pelos residentes da Primeira Fase do programa na Comunidade Terapêutica da Ares do Pinhal em Mação, Abrantes.


“Há dois meses, quando cá cheguei, tive de tirar a roupa para o exame médico. Quando o doutor olhou para a maneira como estava, só carne e osso, disse: ‘Chegaste mesmo a tempo’” lembra-se Carlos* antes da sua aula semanal de hidroginástica em Mação, Abrantes. *Nome alterado


Carlos* no seu quarto dois meses depois de chegar à Terapêutica da Ares do Pinhal em Mação, Abrantes.    *Nome alterado


Inês Cruz e Andreia Pereira da Equipa de Rua da Crescer recolhem seringas usadas na Avenida de Ceuta em Lisboa.


Inês Marinho, enfermeira da Equipa de Rua da Crescer, faz um teste para a Hepatite C a um utente na zona da Picheleira, Lisboa. Nas carrinhas, as equipas fazem diariamente diferentes testes aos utentes que os requerem.


Martinho Dias, monitor das Equipas de Rua da Crescer, posa para um retrato na zona de Xabregas, em Lisboa. Desde os 17 até aos 36 anos que Martinho consumiu drogas e a sua presença nas Equipas deixa os utentes mais à vontade. Há quatro anos que trabalha na Crescer e admite que a sua história pessoal seja uma “motivação inicial para que as pessoas possam mudar a sua vida. Aqui dão um valor ao meu percurso e vêm-me como um exemplo”.  






Ficha Técnica
ReportagemGonçalo Fonseca
WebdesignJoão Melancia
WebdevolpmentJoão Melancia e Maria Romero
CoordenaçãoJoana Beleza, João Carlos Santos e Pedro Candeias
DireçãoJoão Vieira Pereira

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