Sofia Miguel Rosa
Jornalista infográfica
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*NOTA: Rendimento disponível bruto das famílias ajustado per capita, em paridade de poder de compra (PPC) OCDE
O gráfico mostra a posição relativa entre os 25 países europeus, membros da OCDE, com menor rendimento familiar. Portugal inicia a série na 9ª posição
Em 25 anos, o rendimento per capita das famílias portuguesas foi ultrapassado pelo da Chéquia, da Eslovénia e da Lituânia, três países que tinham partido de uma base mais baixa do que Portugal em 1995
A Grécia foi o único país a agravar a posição relativa a Portugal e fica na posição mais baixa do grupo, com o menor rendimento familiar europeu
Atualmente o indicador português representa 80% da média europeia e está 10 pontos percentuais mais afastado do que estava em 1999
Portugal termina 2020 em 7º lugar, só à frente da Grécia, da Eslováquia, da Letónia, da Hungria, da Estónia e da Polónia
O gráfico mostra a posição relativa entre os 25 países europeus, membros da OCDE, com menor rendimento familiar. Em 1995 Portugal inicia a série na 9ª posição mais baixa, com $11.887 (cerca de €12 mil à taxa atual), e termina em 7º lugar, com $26.671 (€27 mil) , em 2020, só à frente da Grécia, da Eslováquia, da Letónia, da Hungria, da Estónia e da Polónia.
Em 25 anos, o rendimento per capita das famílias portuguesas foi ultrapassado pelo da Chéquia ($27.965/€28 mil), da Eslovénia ($28.334/€28,7 mil) e da Lituânia ($29.503/€29,8 mil) — os três partiram de uma base mais baixa do que a do indicador português em 1995. A Grécia foi o único país a agravar a posição relativa a Portugal e fica na posição mais baixa do grupo, com o menor rendimento familiar europeu.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) calcula o «rendimento ajustado das famílias, per capita» contabilizando os salários e os vencimentos dos agregados, os rendimentos do trabalho independente, os lucros das empresas unipessoais, os rendimentos de pensões e de outros benefícios sociais e as remunerações de investimentos financeiros, depois de contribuições e descontos. O rendimento é ajustado ainda pelos benefícios em espécie de bens e serviços do Estado, ou de organizações sem fins lucrativos, como o acesso gratuito ou a preços reduzidos à saúde e à educação.
*NOTA: Rendimento disponível bruto das famílias ajustado per capita. Em paridade de poder de compra (PPC) OCDE
A variação do rendimento das famílias portuguesas não tem acompanhado a média do crescimento do indicador na UE e a linha que assinala a evolução portuguesa está hoje bastante mais afastada da média do que estava em 1999. Atualmente o indicador português representa 80% da média europeia e está 10 pontos percentuais mais afastado do que estava na altura — face a 90,5% da média em 1999.
Nos anos da troika, que sucederam o pedido de resgate de Portugal, houve um agravamento do afastamento entre o rendimento das famílias portuguesas e a média dos parceiros comunitários — em especial entre 2010 e 2013, onde a variação anual foi negativa — ou seja, houve uma perda efetiva de rendimento disponível neste período.
O fosso entre o rendimento das famílias portuguesas e a média da União Europeia não diminuiu com o fim do período da troika, pelo contrário, essa diferença é agora maior do que era em 2012 ($5 mil) e está a chegar aos $7 mil. Por outras palavras, a recuperação do rendimento português é inferior ao crescimento médio dos rendimentos dos parceiros europeus.
*Diferença entre o rendimento ajustado das famílias portuguesas e a média da União Europeia. Em $USD, em paridade de poder de compra (PPC) OCDE
*Desde o 4º trimestre de 2019. Variação relativa ao período anterior do rendimento disponível bruto das famílias. Em paridade de poder de compra (PPC) OCDE
O rendimento disponível das famílias também teve variação negativa, em relação ao trimestre anterior, nos dois primeiros trimestres de 2020 e no terceiro trimestre de 2021. 2020 fecha com crescimento negativo, -1,7% em relação a 2019, mas 2021 já mostra alguma recuperação em relação ao primeiro ano da pandemia: +2,5%. 2022 inicia-se com um crescimento tímido, +0,96% no primeiro trimestre do ano.