Chama-se Kevin Großkreutz, joga no Borussia de Dortmund e foi campeão do mundo, mas dificilmente o adepto mais distraído o conhecerá, já que não jogou uma única vez na competição brasileira.

Contudo, Großkreutz é sobejamente conhecido na Alemanha – e não apenas pelas suas qualidades no relvado. É que, fora de campo, o defesa e médio (e pau para toda a obra) de 26 anos é ligeiramente intempestivo, digamos assim.

Exemplo número um: o kekab. Numa noite na cidade com o colega Julian Schieber, em maio, Großkreutz sentiu-se gozado por alguns adeptos do Colónia. A solução mais fácil era ignorá-los, mas o jogador do Borussia teve outra ideia: atirar-lhes com um kebab que estava a comer.

Um dos adeptos não gostou da brincadeira e fez queixa (disse à polícia que ficou com os olhos a arder porque a comida tinha picante), o que motivou um pedido de desculpas do jogador, arrependido. "Senti-me insultado porque a minha esfera privada foi violada. Mas claro que tinha sido melhor se não tivesse atirado o kebab. Lamento", disse então.

A queixa acabou por não dar em nada, mas Großkreutz não se livrou do gozo do colega de seleção Lucas Podolski. O jogador do Arsenal, antes de a sua equipa defrontar o Borussia na Liga dos Campeões, em setembro, disse aos jornalistas que tinha apostado um jantar com Großkreutz porque o Arsenal ia ganhar. E o jantar era… kebab.


Exemplo número dois: o hotel. Algumas semanas depois do incidente do kebab, Großkreutz voltou a fazer asneira numa saída à noite (a sério, não é melhor ficares quieto em casa?). Depois de afogar as mágoas na bebida devido à derrota do Borussia com os rivais Bayern de Munique na final da Taça alemã, o jogador foi para o átrio de um hotel chique em Berlim, às seis da manhã, urinar. No átrio e não na casa de banho, convém ressalvar.

Entretanto chamaram a polícia, mas Großkreutz já tinha fugido. Seguiu-se novo arrependimento: "Estava muito frustrado com o jogo. Tive um blackout, lamento". O selecionador alemão também não gostou muito do comportamento bad boy do jogador. "Tivemos uma conversa séria com o Kevin. Os jogadores da seleção são modelos. Tivemos de lembrá-lo disso e deixar claro que estes incidentes não podem voltar a acontecer", disse Joachim Low na altura.

Depois de um verão difícil, Großkreutz acabou por ser chamado para o Mundial, mas não jogou uma única vez. O que não o impediu de festejar como um louco com os adeptos quando a seleção goleou o Brasil e de mostrar o seu orgulho pela conquista do título com uma tatuagem enorme.


Tudo está bem quando acaba bem.