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Que países compram mais armas?

Sofia Miguel Rosa

Jornalista infográfica

Sofia Miguel Rosa

Jornalista infográfica

Ásia e Médio Oriente
África
Europa
América do Norte
Oceânia
Aquisição de armamento
Total acumulado entre 1980 e 2021 em valor não monetário*

*Valores em milhões de Trend-Indicator Value (TIV), um sistema indexado de valor não monetário | SIPRI

Os dados permitem comparar as transferências internacionais de armamento militar, desde 1980, em 195 países

É usado um sistema próprio indexado de valor não monetário. O indicador de tendência — Trend-indicator Value (TIV), na sigla inglesa

A Índia é o melhor cliente na indústria das armas. Chegou ao topo da tabela em 1989. No total tem 103 mil milhões de TIV em equipamento acumulado desde 1980 e dois terços desse material tem origem russa

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A Índia é o melhor cliente na indústria das armas. Destaca-se de todos os outros países e chegou ao topo da tabela em 1989. No total tem 103 mil milhões de Trend-indicator Value (TIV) em equipamento acumulado desde 1980 e dois terços desse material tem origem russa.

Os dados recuam a 1980 e são compilados pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz (SIPRI), em Estocolmo, que utiliza um sistema próprio indexado de valor não monetário e divulga o valor anual da transferência de armas em 195 países.

O indicador de tendência TIV, na sigla inglesa — é uma unidade comum que permite comparar dados relativos às transferências internacionais de armamento militar e às entregas efetivas de grandes armas convencionais. A referência é o volume transferido do armamento em vez do valor financeiro das armas no momento da transferência. A cada arma é atribuído um valor TIV, conforme as características técnicas e de performance de cada equipamento. Quando a transação envolve armamento já usado ou obsoleto é aplicado um desconto no valor tabelado.

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Lista completa dos países pelo valor de compra
Valor acumulado entre 1980 e 2021*

*Valores em milhões de Trend-Indicator Value (TIV), um sistema indexado de valor não monetário | SIPRI


A base de dados estatística do SIPRI está atualizada até 2021 e ainda não é possível aceder à informação da transferência de armas posterior à recente ocupação da Ucrânia. Entre 2014 e 2021, metade do equipamento militar ucraniano foi fornecido por Estados-membros da União Europeia — tais como a Chéquia, a Polónia, a França e a Lituânia —, 30% tiveram origem nos Estados Unidos e o restante chegou de países como a Turquia (8%), os Emirados Árabes Unidos (4%), o Reino Unido (3%), o Canadá (3%), entre outros com menos peso. O valor acumulado dá 183 milhões de TIV e coloca a Ucrânia na 134.ª posição comparativa.

A Rússia, na 88.ª posição, tem quase 6 vezes o valor ucraniano: 1048 milhões de TIV. Mesmo depois do embargo de 2014, há fornecedores europeus, como a Chéquia, a negociarem material militar com o Kremlin, mas o maior fornecedor externo das armas russas é mesmo a Ucrânia (81%).

Portugal está na 59.ª posição comparativa, com 5 mil milhões de TIV. Relativamente aos parceiros europeus, está entre a Dinamarca e a Suécia. A Grécia, com 27 mil milhões de TIV, e Espanha, com 16 mil milhões de TIV, são os Estados-membros com valores acumulados mais altos.

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Compra de armamento em Portugal
Em milhões de TIV*

*Valores em milhões de Trend-Indicator Value (TIV), um sistema indexado de valor não monetário | SIPRI


O gráfico em cima mostra o total anual correspondente a armas recebidas em Portugal desde 1980. Neste período há dois anos que se destacam: 1991 e 2010. Nas duas ocasiões, a maior parcela do total anual corresponde a entregas de equipamento alemão. Em 1991 chegaram as fragatas Meko 200 e em 2010 foram entregues os submarinos da classe Tridente.

Mais de metade (54%) do equipamento militar recebido vem de parceiros da União Europeia e 41% vem dos Estados Unidos.

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Origem das armas importadas em Portugal
Em % do valor acumulado entre 1980 e 2021*

*Valores em milhões de Trend-Indicator Value (TIV), um sistema indexado de valor não monetário | SIPRI


A aquisição de material militar é feita maioritariamente por intermédio dos Governos, e as Forças Armadas dos países estão no topo da tabela de quem mais compra armamento, mas a lista do SIPRI inclui ainda quatro alianças internacionais e 40 grupos rebeldes ou paramilitares identificados.

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Aquisição de armamento por grupos paramilitares
Valor acumulado entre 1980 e 2021 em milhões de TIV*

*Grupos armados com aquisição de material militar fora do país. Valores em milhões de Trend-Indicator Value (TIV), um sistema indexado de valor não monetário | SIPRI


Metade dos grupos paramilitares estão em países da Ásia e do Médio Oriente e é também nesta região onde se encontram os grupos com maior capacidade de aquisição militar: 810 milhões de TIV — 77% do total atribuído aos grupos rebeldes. Segue-se África, com 14 grupos identificados e 17% da capacidade dos rebeldes a nível global. A UNITA, por exemplo, aparece como o 10.º grupo armado com a maior parcela de equipamento adquirido — armamento importado dos Estados Unidos e também de França, na segunda metade dos anos 80.

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Número de organizações paramilitares
Por região. Entre 1980 e 2021*

*Grupos armados com aquisição de material militar fora do país | SIPRI


62% do armamento adquirido por grupos de rebeldes combatentes estão no Afeganistão, no Líbano e na Palestina. Os mujahedin, que resistiram à ocupação soviética do Afeganistão, nos anos 80, equiparam-se com material essencialmente proveniente dos Estados Unidos e da China. Já os rebeldes islâmicos da Aliança do Norte importaram armamento russo entre 1999 e 2001. No Líbano e na Palestina, a maioria do armamento importado vem da Síria, do Irão e da Coreia do Norte.